segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Meus Males

Oioi gente!

     O post de hoje não começa com "carinha fofa" porquê o post não é fofo. Na verdade, é mais um daqueles posts que merecem uma boa dose de rivotril, um maço de L.A. de menta e uma boa cerveja para fechar a conta. Então se tu (assim como eu) não tem a menor paciência para dramas e lamentações, eu realmente lhe aconselho a clicar mais uma vez no "x" localizado na lateral superior do seu monitor, mas se for do tipo que se solidariza com a dor alheia, ou apenas gosta de tripudiar sobre a carne seca, dá play no álbum da Lana del Rei e vem comigo.


     Para dar início a esse post um tanto amargo e melancólico, gostaria de ressaltar que eu simplesmente NÃO AGUENTAVA MAIS O MÊS DE AGOSTO, e de enfatizar que se minha vida fosse uma série, teria gastado pelo menos uns 50 eps sofridos nesse mês cagado, além das 8 temporadas de horror patrocinadas pelo ano de 2015, que tem como tema: "O quão perdida no mundo e dentro de si uma pessoa é capaz de ser."


     Acho que meu verdadeiro mal é não ter garganta para FALAR sobre o furação que se situa dentro de mim. As vezes eu acho que é receio, uma vez que sirvo de confidente para tantas pessoas com problemas que parecem mil vezes maiores que os meus, então um sentimento de egoísmo sobe como uma bile amarga até a garganta, onde eu opto por engolir o que sinto para dar espaço dentro de mim para comportar os sentimentos alheios, pois esse é outro dos meus tantos males, minha mania excessiva de me por no lugar dos ouros, de abraçar seus problemas e angústias.

     "Háaaa Gabs, esse post é indireta para que as pessoas parem de chorar as pitangas nos seus ombros?" - Não seja tola consciência. Amo ouvir as pessoas, amo poder ajudá-las quando possível, ou simplesmente oferecer um ombro e chorar junto até que o desespero cesse. Acho que é um dos poucos momentos em que me sinto útil. Então não me interprete mal.
     Vejam só, cá estou novamente criando rodeios em relação a mim e colocando os outros à frente. Me desculpem, acho que esse é outro de meus males.


     Acho muito, muito engraçado (para não dizer desesperador) escrever sobre o turbilhão de sensações dentro de mim...♫ SHUASHUASHUA tá parei.
     Mas agora é sério, nunca fui do tipo que fala de sentimento, demonstra muitos sentimentos, e tão pouco ostenta "eu te amo" por aí. Mas as vezes o nosso grande pote de sentimentos enrustidos transborda e nós temos que despejar em algum lugar, e é aqui que esse blog entra, afinal, acho que se não pudesse ao menos escrever sobre tudo isso estaria andando por ai batendo a cabeça nas paredes.
     Na verdade, nesse momento estou exatamente perdida, tagarelando sem para e sem conseguir chegar ao ponto.
Bom, dentre as diversas coisas que me incomodam no momento (e são realmente várias), acho que hoje vou começar com a minha falta de fé, embora eu possua um vício estúpido em ter esperança.
     E qual a diferença entre elas? 
     Tecnicamente, tenho preguiça de procurar significados, pois geralmente eles não são muito significativos pra mim que amo dar interpretações melancólicas a termos e palavras, isso deve ser por conta dá minha alma gótica sem suavidade alguma. Mas voltando ao ponto, esperança no meu caso, é esperar sempre o melhor das pessoas, dos eventos, dos fatos, das coisas... Mas o fato é, eu acabo cultivando cem mil alqueires de expectativa, e tendo como benefício uma colheita tão farta quanto aquela que recebemos ao plantar o feijão no algodão. Exatamente, NADA. Nada além de um sonho frustrado em ver florescer, enquanto o feijão não está nenhum pouco empenhado em brotar.
     Mas não posso fazer muito em relação à isso, é outro de mais males. Meu vício em esperança.


     Mas vamos voltar a fé... Bom, eu já fui muito religiosa, religiosa a ponto de me sacrificar e reprimir muito para nutrir uma doutrina. Feliz ou infelizmente já não consigo caber dentro dos padrões religiosos exigidos, tenho ideias, sentimentos e apoio causas que vão contra os princípios da religião. Não estou falando mal e nem questionando a sua fé, só estou especificando que essa realidade já não cabe a mim.
     Enquanto eu fazia parte da comunidade religiosa, vivia dentro da igreja e "para Deus", acabei fazendo amizades que me pareceram puras na época, afinal, foram geradas dentro da casa do Senhor. Mas com o tempo acabei descobrindo que muitas dessas pessoas que se intitulam cristãs na verdade são mais podres do que as pessoas que não se "enquadram" dentro da igreja. Isso me fez perder o tesão.
     Decidir me afastar de todos os grupos sociais relacionados a igreja foi uma decisão muito dura, e creio que foi ali que passei a ficar a deriva.
     Me afastar de Deus não era a intenção, eu só não queria mais estar naquele meio, aquilo me sufocava, e hoje sou obrigada a confessar que estar dentro de uma igreja me sufoca, me enclausura, embora seja algo que deveria me fazer bem, afinal, estar na casa e na presença de Deus é uma das sensações mais maravilhosas que já tive o prazer de deleitar, mas a minha relação com "O Todo Poderoso"  foi muito abalada.
   Cresci ouvindo que NADA acontece se não for da vontade de Deus, que ele sabe todas as coisas, e que Ele nos impõe obstáculos que precisamos superar para alcançar a glória de seu nome. Mas essa realidade foi abafada por orações não ouvidas, e pela sensação de abandono que sucedeu a minha saída. Cheguei a pensar que Deus me abandonou por eu ter abandonado sua casa, então simplesmente deixei de orar, perdi minha fé aos poucos.


     Esse ano foi realmente difícil para mim, quase insuportável, e por muitas vezes minha mãe disse que isso era culpa da minha atual falta de fé. Mas não é exatamente fácil acreditar quando vemos e passamos por tanto mal em nossas vidas. Se Deus é assim tão bom e amoroso, porquê tantas pessoas boas sofrem e definham tanto? Que pecados são esses que estamos pagando?
     Sempre acreditei muito em anjos, e que Deus os colocou na terra para zelar e encaminhar as pessoas, e à pouco mais de um mês um anjo entrou na minha vida. Um anjo de nome engraçado, que embora possua pouca idade, tem de sobra fé e maturidade. Um anjo que tem uma família abençoada, e que num dia em que eu estava perdida e desesperada, ele me guiou.
     Esse anjo me incentivou a conversar com Deus, mas o que eu poderia dizer a Ele? Quando eu estava bem, não soube ser grata, e agora que estou aos frangalhos, vou correr atrás dele? Pedir sua benção e proteção? Uma atitude hipócrita e aproveitadora aos meus olhos. 
     E a julgar pelo meu comportamento bobo e infantil no ultimo ano, se eu fosse Deus, estaria pouco me fodendo para uma mortal sarcástica e melancólica. Mas "meu anjo" me lembrou que Deus é bom, e com o seu coração puro não pensará antes de me perdoar, mas não sei se por medo ou incredulidade ainda não consegui recorrer a Ele.

Acho que nunca estive tão perdida dentro de mim. Perdida entre o real e as loucuras que eu invento. Na verdade, acho que sou um ratinho assustado numa fantasia de feminista sarcástica. Acho que eu preciso de uma luz, de um sinal, um milagre ou qualquer coisa do tipo. Acho que eu preciso de um caminho, acho que eu preciso de uma mão.


Gostaria muito de concluir esse post com um final feliz, dizendo que orei e fui atendida. Que clamei e fui ouvida. Mas isso aqui não é novela gospel da rede Record, e a realidade é que no momento não me sinto capaz nem de concluir tais devaneios. 

Então vou finalizar esse post de uma forma vaga, com um pedido de desculpas pela minha inconstância e ausência.

Espero conseguir me situar para voltar a escrever bons posts cheios de conteúdo interessante. 

Desde já agradeço a paciência e o carinho.

Gabs♥